A female doctor at the clinic performs auscultation of the lungs of a patient with symptoms of coronavirus or pneumonia.
A female doctor at the clinic performs auscultation of the lungs of a patient with symptoms of coronavirus or pneumonia.

Tuberculose: Desafio para a Saúde Brasileira

A tuberculose (TB), infelizmente, ainda faz parte da realidade de milhares de brasileiros todos os anos.

Embora seja uma doença conhecida e com tratamento disponível, ela continua sendo um desafio importante para a saúde pública.

Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, a TB atinge principalmente os pulmões, mas pode afetar outras partes do corpo também.

A Situação da Tuberculose no Brasil

No Brasil, a tuberculose segue preocupando. Em 2023, mais de 78 mil pessoas receberam o diagnóstico da doença. E o que mais chama a atenção é que, apesar de tratável, a TB ainda tira a vida de cerca de 5 mil brasileiros por ano.

O país está, inclusive, na lista da Organização Mundial da Saúde entre os 30 com maior número de casos no mundo.

Esse cenário atinge com mais força as populações mais vulneráveis: pessoas em situação de rua, indígenas, detentos e indivíduos vivendo com HIV/AIDS.

São grupos que, muitas vezes, enfrentam dificuldades de acesso à saúde, o que torna o combate à doença ainda mais desafiador.

Mesmo assim, o Ministério da Saúde vem investindo em campanhas, capacitação de profissionais e na distribuição gratuita de medicamentos pelo SUS.

Como a Doença se Transmite e Quais os Sintomas

A tuberculose é transmitida pelo ar.

Quando alguém com a doença tosse, espirra ou até mesmo fala, libera gotículas que contêm a bactéria.

Em ambientes fechados e pouco ventilados, o risco de contágio aumenta bastante.

Os sinais mais comuns da forma pulmonar incluem tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa, suor noturno, perda de peso e cansaço.

Quando a TB atinge outros órgãos, os sintomas mudam de acordo com a região afetada.

Diagnóstico e Tratamento: O Caminho para a Cura

O diagnóstico é feito por exames como o teste tuberculínico (PPD), análise do escarro e radiografia de tórax.

Ao confirmar a doença, o tratamento começa imediatamente. Ele é feito com antibióticos e dura, no mínimo, seis meses.

Pode parecer longo, mas é essencial seguir até o fim, mesmo que os sintomas desapareçam antes. Só assim é possível evitar a resistência da bactéria aos medicamentos, o que dificultaria muito a cura.

E o melhor: todo esse tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Basta procurar uma unidade de saúde.

Prevenção e Os Obstáculos Que Ainda Precisamos Superar

A melhor forma de prevenção, especialmente para crianças, é a vacina BCG, que também está disponível gratuitamente na rede pública.

Para pessoas com risco maior — como imunossuprimidos —, o tratamento da tuberculose latente (quando a infecção existe, mas não há sintomas) pode evitar que a doença se manifeste.

Além disso, manter os ambientes bem ventilados e garantir cuidados especiais em hospitais e presídios são medidas que fazem toda a diferença.

Mas não dá para negar: ainda há muitos desafios. O abandono do tratamento é um dos maiores problemas. Quando o paciente interrompe o uso dos medicamentos, a bactéria pode se tornar resistente, o que torna a doença mais difícil de tratar.

A coinfecção TB/HIV também exige atenção especial, já que o HIV enfraquece o sistema imunológico e aumenta muito o risco de desenvolver TB ativa.

E há ainda um outro ponto delicado: muita gente simplesmente não procura o serviço de saúde, seja por medo, desconhecimento ou falta de acesso. Isso acaba ampliando a cadeia de transmissão.

Uma Luta Coletiva

Vencer a tuberculose é possível. Mas isso depende não só dos governos e profissionais de saúde, como também da informação, do apoio familiar e da empatia com quem enfrenta a doença.

A TB não escolhe classe social, idade ou cor. Por isso, estar atento aos sintomas, buscar ajuda e apoiar quem precisa são atitudes que salvam vidas.

Quer saber mais ou ficou em dúvida? Fale conosco.

Dr. Aristóteles Barbeiro

Médico especialista em Pneumologia Clínica, com Mestrado em Clinica Médica.